não é obcessão... eu amo-te

A propósito duma novela portuguesa que dá na TVI, Mundo Meu, não que eu siga a história atentamente mas como cá em casa há quem a acompanhe assíduamente, acabo por ter conhecimento de algumas peripécias. Ontem, excepcionalmente, vi parte dela. O episódio consistiu numa fuga, mais precisamente num rapto. A Sofia, a má da fita, raptou a filha usando-a como "isco" para que o marido, ao que parece nem sequer é pai da bebé (mesmo à novela), regressasse para os seus braços. Ele insistia "Sofia, tu estás doente! Pára o carro, por favor!" e ela respondia "Não João, eu não estou doente, eu estou doida por ti. Eu amo-te João", gritava ela. (isto dá-me vontade de rir!) Está claro que a personagem é doente porque por amor não se põe em risco a vida dos filhos... Mas, infelizmente, esta é uma realidade que eu conheço (conheci)... quando obcecados, fazemos coisas sem pensar nas consequências, só queremos é ter de volta quem outrora nos amou mas que a determinada altura não nos mostra interesse, simplesmente, porque nos tornámos diferentes, sem personalidade, sem vida própria... vivemos, exclusivamente, para aquela pessoa (pior ainda, é viver a vida dela), acabamos por ser um fardo. Mas há amigos, família, psicólogos, psiquiatras aptos a ajudar, não a ter de volta quem desejamos mas a reencontrar a nossa essência. É necessário vivermos connosco próprios com o que nós gostamos, sermos capazes de aceitar o que a vida nos oferece (bom e mau), saber distinguir as diferenças entre a nós e a pessoa a quem nos apegámos de forma doentia... Eu sou a Maria João e tenho 22 anos.